Atalaias sobre os muros

Nos tempos bíblicos, os atalaias eram de grande importância para a segurança e bem-estar de uma cidade. Ezequiel foi chamado como profeta para ser um atalaia sobre Israel. Ele devia ouvir a Palavra do Senhor e depois avisar a nação (Ezequiel 3:17). Ser um vigia era um compromisso contínuo. Isaías descreve a intensidade desta posição quando diz: “todo o dia e toda a noite se não calarão” (Isaías 62:6). Isto não era um trabalho para um só homem. Os guardas eram colocados estrategicamente em torno das muralhas da cidade e cada guarda tinha um turno específico para que pudessem manter a sua vigilância. Um atalaia era um vigia. Estava em posição de ver o que os outros não conseguiam ver e tocar a trombeta para que todos pudessem ouvir.

Tal como Ezequiel foi nomeado por Deus, os guardas foram divinamente chamados e colocados nas suas posições. É um chamado, não um trabalho. No Antigo Testamento, eles eram os profetas e videntes que não só avisavam dos desastres vindouros, mas também ouviam de Deus e davam orientação à nação. Eram os intercessores que “se colocavam na brecha” pelo povo. Este ministério continua no Novo Testamento mas é alargado para incluir anciãos, pastores, presbíteros e intercessores. Para cuidar do estado espiritual da Igreja, os líderes devem “zelar” por aqueles que estão sob o seu cuidado (Hebreus 13:17). Para serem eficazes, os que estão “no muro” precisam primeiro vigiar atentamente a sua própria vida e doutrina (1 Timóteo 4:16). Eles precisam estar em forma espiritualmente, com os olhos bem abertos às ciladas do inimigo.

Os atalaias, ou supervisores, devem procurar onde o inimigo fez incursões na vida do povo. Não devem apenas estar conscientes destas áreas fracas, mas devem dizer algo sobre isso ao povo: advertindo-o das intenções do inimigo. Na sociedade permissiva de hoje, o confronto é geralmente visto como julgamento, e por isso é veementemente rejeitado pela maioria. Tenho a certeza de que o mundo de hoje não é tão diferente do que lemos na

era romana do primeiro século. O estado moral da sociedade estava provavelmente ainda pior do que hoje e, tal como hoje, ninguém gostava de ser corrigido. Por esta razão, o escritor do livro de Hebreus admoesta a Igreja: “obedecei aos vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas” (13:17). Tal como os guardas precisam de ver e falar, o povo precisa de ouvir e de prestar atenção.

A palavra hebraica para vigia é shamar. Está relacionada com um dos nomes de Deus: Jeová-Shammah, que significa que o Senhor está presente, ou o Senhor está ali. Este nome foi revelado a Ezequiel, o “atalaia” de Israel, ao descrever a Nova Jerusalém (Ezequiel 48:35). Antes da sua destruição, o povo não tinha dado ouvidos à voz dos profetas e, portanto, foi levado ao cativeiro na Babilónia. Ezequiel termina a sua profecia com a revelação de um “Atalaia” que nunca se cansa ou dorme, que está sempre presente com o Seu povo, protegendo-o de todos os dispositivos do inimigo.

O salmista usa esta palavra várias vezes ao descrever a presença de Deus connosco. “Aquele que guarda (shamar) Israel não tosquenejará nem dormirá… O Senhor é quem te guarda (shamar)… O Senhor te guardará (shamar) de todo o mal… O Senhor guardará (shamar) a tua alma… O Senhor guardará (shamar) a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre” (Salmo 121:3-8). O Senhor como Atalaia dá-nos supervisores; o Senhor como Pastor dá-nos pastores. Ele está sempre presente para nos cuidar, alimentar e proteger. Tal como nós ouvimos e falamos, assim também devemos ouvir e obedecer.

Escrituras Para Meditar:
Isaías 52:8; 62:6; Jeremias 6:17; Ezequiel 3:17-19; 33:6; Efésios 5:15-16; Hebreus 13:17; Atos 20:28

Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.

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[Read the devotional «Watchmen On The Walls» in English.]

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