Perdão

Pouco depois do meu aniversário dos dezoito anos, eu fui com alguns amigos para Seattle, Washington para comprar uma grande quantidade de marijuana. Eu sabia que o que eu estava a fazer era ilegal, mas naquele momento da minha vida, eu não me importava com isso. Eu queria viver as emoções do momento e não me preocupava com as possíveis consequências. Acho que eu estava com a ilusão de que as coisas más acontecem aos outros, mas não a mim.

Bem, quando estávamos a fazer o negócio, fomos surpreendidos pela polícia. Alguns dos meus amigos conseguiram fugir, mas eu fui preso. Três dias depois, fui presente ao juiz para ser formalmente acusado. Eu tinha pensado numa boa mentira, iria dizer que as drogas não eram minhas e que eu estava apenas a passar por ali quando a polícia apareceu.

Eu era jovem, e pensei que o juiz iria acreditar em mim. Pouco antes de eu me declarar “inocente”, o juiz perguntou se eu gostaria de ler o relatório da polícia. Enquanto eu lia as acusações contra mim, fiquei pálido. A polícia tinha encontrado alguma droga no bolso do meu casaco. Eu era culpado. Em vez de me declarar inocente, eu confessei a minha culpa.

A acusação contra mim era de crime grave e o mínimo que podia apanhar eram cinco anos de prisão. Baixei a cabeça, à espera que o veredicto fosse lido, e surpreendentemente o juiz decidiu perdoar-me e deixar-me. Eu não pedi perdão, mas recebi perdão. Em I João 1:9, lemos: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” Não diz que: “Se pedirmos perdão, Ele nos perdoará”. Tenho visto tantas pessoas a pedir perdão, sem confessarem os seus pecados.

O resultado são anos contínuos a viver sob condenação e culpa. Confissão é dizer o mesmo que Deus diz sobre o teu pecado. Quando confessas o teu pecado como pecado, não há mais desculpas, culpabilização de outros, ou a tentativa de diminuir a gravidade do pecado ao dizer que é apenas uma fraqueza humana, ou um erro. Confissão é o que o filho pródigo fez quando disse ao seu pai: “Pai, pequei contra o céu e diante de ti. Eu já não sou digno de ser chamado teu filho.”

A confissão traz perdão. Se a confissão traz essa libertação, por que é tão difícil de fazer? Eu acredito que tem a ver com uma das motivações básicas da humanidade, que é a auto preservação. Estamos mais preocupados com o que os outros pensam acerca de nós do que com as consequências eternas. Nós exageramos, mentimos e usamos máscaras de modo a criar uma imagem que achamos que os outros vão estimar e admirar.

O teu lugar na hierarquia tem prioridade sobre uma consciência limpa e, e muitos compromissos morais são negligenciados ao longo da vida para garantir a nossa ascensão. Confessar o pecado, para muitos, é descer a escada em vez de subir. O orgulho encobre o pecado, a confissão expõe. O pecado é como um cancro; ele mata. Ele deve ser removido da nossa vida e só pode ser removido através do perdão. Tiago diz: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes,” (Tiago 4:6).

Jesus contou a história de um homem que devia ao seu mestre uma grande soma de dinheiro, mais do que ele jamais poderia pagar ao longo da sua vida. O homem implorou por mais tempo para que pudesse pagar a dívida, mas o mestre decidiu perdoar-lha. Este homem, a quem tinha sido perdoada toda a divida, saiu para obter dinheiro dos que lhe deviam. Ele não tratou os seus devedores com a mesma misericórdia e graça que tinha recebido do seu mestre, mas lidou com eles asperamente.

Eu acredito que ele ainda estava a tentar pagar a sua divida, mesmo tendo sido perdoado. Quando tu és perdoado, então podes perdoar. Este homem ainda estava a tentar retratar-se com o seu mestre ao pagar a dívida, mesmo tendo sido perdoado. O seu orgulho teve como resultado tormento eterno. Para sermos perdoados devemos confessar o nosso pecado e receber o perdão.

Escrituras Para Meditar
I João 1:9; Mateus 6:9-15; 18:21-35; Daniel 9:9; Salmos 51:1-12

[Read the devotional «Forgiveness» in English.]

Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.

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