bare tree on desert

O Deus que vê

Agar era uma escrava que Abrão adquiriu enquanto esteve no Egito. Ela foi designada para servir Sarai, mulher de Abrão, e tenho a certeza de que ela era muito bonita. Como Sarai era estéril e já com bastante idade, ela sugeriu que Abrão tomasse Agar como sua segunda esposa e tivesse um filho através dela. Depois assumiriam a criança como sendo deles e resolviam assim o problema da sua esterilidade. Abrão concordou e, num curto espaço de tempo, Agar engravidou. Por causa disto, Agar sentiu que a sua posição, agora, tinha sido elevada acima da sua senhora e começou a desprezar Sarai. Sarai queixou-se ao seu marido e Abrão deu-lhe permissão para fazer com Agar o que desejasse. Isto fez com que Agar fosse muito mal tratada por Sarai, e por isso Agar fugiu.

Esta história é contada no capítulo 16 de Génesis e é muito honesta na descrição das falhas de Agar e Sarai. Estou certo de que as duas mulheres se sentiram justificadas nas suas atitudes e ações, mas foi Agar que se encontrou na estrada de volta para o Egito: uma mulher magoada, rejeitada e derrotada. Foi neste estado que o “Anjo do Senhor” a encontrou. Esta é a primeira vez que surge a expressão “Anjo do Senhor” nas Escrituras e, quando comparada a outras situações em que surge a mesma expressão, só se pode supor que Ele não é outro senão Cristo pré encarnado. Ele aproxima-Se de Agar e faz esta pergunta: “De onde vens e para onde estás a ir?” Ela conseguiu responder à primeira pergunta, mas hesitou na segunda.

O desamparo e a fragilidade de Agar rapidamente se tornaram evidentes. Ela não tinha nenhuma direção, só estava a fugir do seu passado. A palavra do Senhor para ela não era a que ela esperava ou desejava. A palavra foi para retornar à sua senhora e submeter-se a ela. Ela teve de enfrentar o seu passado. Ela teve de enfrentar a sua rebelião e arrogância. Agar teve de submeter- -se às circunstâncias de que não gostava, mas com a certeza de que Deus iria resolver as coisas. Quando Deus me encontrou vagueando pela Europa, fugindo dos problemas que eu tinha criado no Alasca, Ele enviou-me para trás. Eu tive de fazer as pazes, pedir perdão àqueles a quem tinha feito algo de errado e pagar àqueles a quem eu tinha roubado. Ao voltar e submeter-me, eu pude, então, ir para a frente.

Com a ordem para voltar, veio a promessa da bênção. Teria sido desastroso para Agar e para a criança em seu ventre se ela tivesse continuado a vaguear no deserto. Ao regressar, a criança foi salva, o comportamento de Sarai suavizou para com ela e a promessa que lhe foi dada, cumprida. O filho de Agar, Ismael, cresceu sob a proteção e provisão do seu pai e quando ele foi enviado para fora, foi pai de doze filhos, que se tornaram os chefes das nações árabes.A localização deste encontro divino foi num poço, num lugar entre Cades e Berede. Cades significa santidade e Bered significa granizo ou julgamento. Este é o lugar da graça. Agar chamou este lugar: “Beer-Laai-roi”, que significa “Aquele que vive e me vê”. A versão Árvore da Vida traduz o versículo 13 desta forma: “O Deus que vê”, pois dissera, “Será verdade que eu vi Aquele que me vê?” Ela tinha fugido do seu passado, mas o desejo do seu coração era encontrar alguém que cuidasse dela. Quando nos começamos a desviar do local das bênçãos de Deus, como Agar fez em direção ao julgamento, Deus encontra-nos no poço da graça. Ele tem olhado por nós o tempo todo e Ele tem um plano para o nosso futuro. Deus vê-nos.

Escrituras Para Meditar
Génesis 16; Salmo 56:8; 91:1-2; 139:1; I Reis 19:1-18

[Read the devotional «The God Who Sees» in English.]

Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.

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