A fé de uma criança

As crianças têm uma capacidade inata para acreditar. Elas facilmente aceitam como verdadeiro tudo o que os seus pais ou professores dizem, mesmo quando o que dizem não é verdade, como as histórias do Pai Natal, do Super-Homem ou Homem-Aranha. Para a mente da criança é tudo verdade, porque o pai disse que era. Quando uma criança cresce, aprende a duvidar e a questionar o que foi dito.

A fé é natural, a incredulidade é aprendida. Quando Jesus disse que para entrar no Reino dos Céus, devemos ser como uma criança, Ele estava a referir-se a este tipo de inocência; ser capaz de aceitar Deus e a Sua Palavra; acreditando, sem questionar ou duvidar.

Deixem-me compartilhar uma história que li e que ilustra o tipo de fé-de-criança. Foi contada por Helen Roseveare, uma médica inglesa, missionária na República Democrata do Congo.

“Houve uma noite em que trabalhei muito para ajudar uma mãe na sala de parto, mas, apesar de tudo o que tentei fazer ela morreu deixando-nos com um bebé prematuro e uma filha de dois anos de idade, que chorava. Não tínhamos incubadora e não havia instalações especiais para alimentação. As noites eram frias e os dias extremamente quentes. Nós embrulhámos o bebé em algodão e tentámos encher o único saco de água quente que tínhamos, mas quando a enfermeira estava a enchê-lo, o saco rebentou. Era o último saco de água quente que tínhamos. Colocámos o bebé recém-nascido tão perto da lareira, quanto possível e seguro, e esperámos que sobrevivesse àquela noite.

No dia seguinte fui com as crianças do orfanato para o tempo de oração e expliquei-lhes o problema que tivemos para manter o bebé aquecido durante a noite. Eu mencionei que precisávamos de um saco de água quente e também compartilhei com as crianças sobre a menina de dois anos, que chorava, pois havia perdido a sua mãe. Durante o tempo de oração, uma menina de dez anos, Ruth, orou com a concisão usual das nossas crianças africanas. “Por favor, Deus”, ela orou: “envie-nos um saco de água quente. Não é bom que seja amanhã, Deus, porque o bebé vai estar morto, então por favor, envia esta tarde.” Enquanto eu, interiormente, ficava ofegante com a audácia da oração, ela acrescentou: “E enquanto fazes isto, por favor, envia uma boneca para a menina, para que ela possa saber que Tu realmente a amas.”

Eu tive dificuldade em dizer amén, porque eu sabia que a única maneira desta oração ser respondida era se recebêssemos alguma encomenda da nossa missão em Inglaterra e, nos quatro anos que tinha estado em África, eu nunca tinha recebido nada de lá. A meio da tarde, enquanto eu ensinava na escola de formação dos enfermeiros, uma mensagem foi recebida a dizer que havia um carro à porta da minha casa. No momento em que cheguei a casa, o carro já tinha partido, mas uma grande caixa de 10 quilos tinha sido deixada em frente à minha porta.

Senti as lágrimas a escorrerem pelo meu rosto, e mandei chamar as crianças órfãs que estavam comigo no início do dia. À medida que abri a caixa, levantei lindas roupas de malha para as crianças, pensos e algumas ligaduras para os pacientes com lepra. Então, quando coloquei novamente a minha mão na caixa, fiquei ofegante. Isto era real? Um saco de água quente novo. As crianças gritavam de alegria. A Ruth correu para a frente, a gritar: “Se Deus mandou o saco, ele deve ter mandado a boneca também.”

Vasculhou até ao fundo da caixa, e tirou uma pequena boneca, bem vestida. Os seus olhos brilhavam. Ela nunca tinha duvidado. Esta encomenda esteve a caminho durante cinco meses. Ela foi enviada por uma turma da escola dominical da minha igreja, apenas a tempo para responder à oração de fé de uma menina de dez anos de idade. Eu tinha duvidado, mas a fé desta criança foi usada naquele dia para salvar a vida de um bebé prematuro.

Escrituras Para meditar
Mateus 18:2-4; Isaías 65:24; Marcos 10:13-16; 11:22-24; Provérbios 22:6

[Read the devotional «A Child’s Faith» in English.]

Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.

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