Primícias

Quando pensamos em “primícias”, é óbvio que há mais por vir. Eu sou um grande adepto de esboços. Quando tomo notas ou escrevo sermões, faço isso de forma descritiva. Uma regra ao escrever um esboço é: ao começar com um 1 ou um A, deves ter um ponto 2 ou B. Não podes dizer “primeiro” sem também mencionar um “segundo” e assim por diante. Em 1 Coríntios 15:20 Jesus é mencionado como sendo o primeiro fruto da ressurreição dos mortos. Jesus, sendo o primeiro, significa que outros vão seguir. Se Jesus não ressuscitasse dos mortos, então mais ninguém o faria. Ele é o primeiro.

A primeira menção de “primeiros frutos” na Bíblia é encontrada no livro do Levítico, capítulo 23. Depois do povo de Israel ter entrado na Terra Prometida, eles ofereceram uma oferenda de primícias ao Senhor. Esta oferta consistia em grãos, vinho e um cordeiro sem defeitos. Devia ser trazida diante do Senhor no dia seguinte ao sábado, que é domingo. Não é esta uma imagem de Jesus? Ele é o Cordeiro sem pecado que foi levantado na cruz. O grão (pão), é o Seu corpo que foi oferecido e o vinho (sangue), foi derramado. Jesus é a oferta dos Primeiros Frutos. Ele é o nosso Cordeiro da Páscoa.

Esta é uma imagem muito clara da expiação de Jesus pelo pecado no Antigo Testamento. Mas depois encontramos algo muito interessante. Vemos outros primeiros frutos 50 dias depois. Nesta segunda festa, com o grão é feito pão fermentado e é apresentado diante do Senhor como uma oferta de primeiros frutos. Também deveria ser feito num domingo e não num sábado. O fermento é um símbolo do pecado nas Escrituras e, no entanto, essa oferta de pecado foi oferecida ao Senhor. Os primeiros “primeiros frutos” falam da divindade (sem mácula), os segundos falam da humanidade (manchada). Esta segunda festa (Pentecostes), que também foi uma celebração de primícias, foi o nascimento da Igreja. Pensa nisso: nós, a Igreja, estamos em Cristo e também somos os primeiros frutos. Embora tenhamos uma natureza pecaminosa, podemo-nos santificar e apresentar diante do Senhor. A apresentação da oferta é um sinal de adoração e submissão. Ao levantar as mãos sagradas, sem dissensão ou ira (1 Timóteo 2:8), as nossas orações e adoração ascendem diante do Pai como um aroma suave.

Foi por, tanto a Páscoa quanto o Pentecostes deverem ser comemorados no primeiro dia da semana, que a maioria da Igreja, no mundo inteiro, se reúne para celebrar aos domingos. No entanto, o que é ainda mais importante é que a Igreja seja uma primícia. Eu tenho ouvido muitos crentes queixarem-se de serem os únicos salvos na sua família, no trabalho ou entre os amigos. Talvez tu também tenhas pensado assim. Mas lembra- -te: tu és o primeiro fruto, e não o único fruto. Por causa da tua fé, outros serão salvos. Tu és o primeiro de muitos. Uau, isto é especial. Tu podes desqualificar-te, por causa dos problemas que tens, mas é mesmo esse o ponto. A Igreja tem uma natureza carnal (fermento), e no entanto, quando nos oferecemos ao Senhor, Ele usa-nos para trazer mais pessoas para Si.

Este conceito de primícias também é visto em outras áreas. No Antigo Testamento, o primogénito deveria ser dedicado ao Senhor, assim como os animais e as plantações. Esta oferta do primeiro, garantiu que muitos outros fossem adicionados. Primeiro faz a tua oferta, procura primeiro o Reino de Deus, e então tudo será acrescentado. A colheita não vem antes da plantação nem a abundância antes de uma oferta. Então, sendo uma “primícia” torna-te frutífero em todas as áreas da tua vida.

Escrituras para meditar
1 Coríntios 15:20; Tiago 1:18; Levítico 23:9-11, 15-17; Provérbios 3:9-10; Mateus 6:33; Apocalipse 14:4

Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.

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[Read the devotional «First Fruits» in English.]

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