bare tree on desert

A serpente na cruz

Quando Jesus estava a falar com Nicodemos sobre nascer de novo, parecia que Ele estava a bater contra um muro de descrença. Em João 3:11 Jesus confronta a sua incredulidade dizendo: “nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho”. Jesus falou do que é nascer do Espírito e da realidade celestial vs. a realidade natural, mas isso não estava a penetrar nas fortalezas da tradição religiosa que tinham sido estabelecidas na sua mente. Então Jesus muda de assunto e fala de algo completamente diferente. Nos versículos 14-15 Ele diz: “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Algo tinha de acontecer primeiro antes que o poder da incredulidade, que estava a impedir Nicodemos de compreender a verdade espiritual, fosse quebrado.

Jesus pega numa história do tempo em que Israel caminhou no deserto e aplica-a a Si mesmo. Em Números 21 o povo de Israel tinha, mais uma vez, entrado na incredulidade. A geração que tinha sido escrava no Egipto tinha morrido toda e agora estava prestes a entrar na Terra Prometida. O povo tinha- -se cansado de esperar e começou a queixar-se da comida que Deus lhe tinha providenciado. Era como se estivessem a dizer: “Quando é que isto tudo vai acabar?”, “É a mesma comida sempre, uma e outra vez!” Repara: estas pessoas não eram os “novos convertidos” dos escravos recentemente libertos, eram o povo “maduro” de Deus, que tinha conhecido a coluna de fogo, o maná milagroso e a água que jorrava da rocha. Os que estavam cansados e desanimados eram como os Nicodemos e talvez como muitos de nós. Serpentes ferozes foram enviadas entre os filhos de Israel e milhares morreram como resultado de terem sido mordidos por elas.

Deus disse a Moisés para fazer uma serpente de bronze e colocá-la num poste (cruz). Ele não removeu as serpentes do meio do povo, mas deu-lhes uma forma de serem salvos. Se o povo, que foi mordido, apenas olhasse para a serpente na cruz, seria salvo. Jesus pega nesta história e aplica-a a Si mesmo. Ele identifica-Se com a serpente. A serpente representa a nossa incredulidade, o nosso pecado. Jesus tomou sobre Si as nossas desilusões, dúvidas e queixas, e ao ser pregado na cruz, isso também foi. A cruz é o acto definitivo de redenção. O pecado que começou com uma serpente e uma árvore no Jardim do Éden, foi resolvido com uma serpente e uma árvore no Calvário. O questionar da bondade de Deus e a consequente descrença que foi semeada no coração de Adão e Eva no Jardim, tem poluído a humanidade ao longo dos tempos. Mesmo um líder religioso como Nicodemos, e, posso dizer, até mesmo cristãos maduros, foram e são mordidos por aquelas serpentes ardentes. Pode ser mortal, se não aplicarmos a solução de Deus.

No versículo seguinte, vemos o plano de Deus em poucas palavras. “Porque Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu o Seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Estas são as Boas Novas. Não é apenas a forma de renascermos, mas é o segredo de vivermos em vitória aqui na terra. Claro, ainda existem as cobras da incredulidade e da desilusão, e não há garantia de que não seremos mordidos de vez em quando, mas a solução é a mesma. Olha para Jesus.

Escrituras Para Meditar
Números 21:8-9; Génesis 3:1-4; João 3:13-17; 12:32

Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.

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[Read the devotional «The Serpent on the Cross» in English.]

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