house on top of brown rocky mountain

Andar como é digno

Em três das epístolas da prisão de Paulo, notei uma repetição  da palavra “digno”, referindo-se ao modo de vida que um  crente deve viver. Deixem-me mostrar-vos onde se encontram.  Efésios 4:1: “… andeis como é digno da vocação para a qual  fostes chamados”. Filipenses 1:27: “Somente deveis portar-vos  dignamente conforme o evangelho de Cristo”. E Colossenses  1:10: “para que possais andar dignamente diante do Senhor”.  A preocupação de Paulo era que as nossas vidas dessem glória a  Deus e que o nome de Jesus Cristo não fosse profanado por uma  vida descuidada. Algumas pessoas só verão Jesus observando as  nossas vidas. Paulo disse que nós somos epístolas lidas por todos  (2 Coríntios 3:2-3). Devemos ser aquela “cidade edificada sobre  um monte” (Mateus 5:14).  

Perguntei a um grupo de crentes o que pensavam desta ênfase  repetida da vida digna e um irmão teve este pensamento. Ele disse  que quando vê a palavra digno ele pensa em valor, que a pessoa  deve viver sem arrependimentos. Olhando para as nossas vidas  deveríamos dizer: “Valeu a pena”. Consigo ver como isso pode  aplicar-se aqui, mas o foco nestes versículos está em ser digno do  Senhor. Por outras palavras, a reputação do Senhor está em jogo  quando outros observam as nossas vidas. A minha pergunta é:  “Os outros conseguem ver Jesus em nós?” Isso pode parecer  assustador, pensar que devemos ser perfeitos como Ele é perfeito,  mas é o objectivo que nos é proposto é a “vocação santa” do Senhor. 

Vamos examinar estes versículos para ver como devemos  viver. Em Efésios, a forma de viver digna de Cristo é com  humildade, mansidão, paciência e suportando uns aos outros em  amor. Em Filipenses, a ênfase é colocada na unidade. Devemos  permanecer firmes num só espírito, combatendo juntamente  pela fé do Evangelho. E, em Colossenses, viver de uma forma  digna do Senhor é dar fruto em toda a boa obra, crescendo no  conhecimento de Deus, e agradando a Deus. Estas qualidades  estão relacionadas com reflectirmos a própria natureza de Deus.  Por outras palavras, viver uma vida digna do Senhor é manifestar,  no mundo visível, os atributos invisíveis de Deus.  

Esta admoestação, viver uma vida digna do Senhor, traz consigo  o benefício de uma consciência limpa e a satisfação de tudo valer  a pena. Estas qualidades são fruto de uma relação com Deus e não  um meio de chegar ao Céu. Ao estarmos conscientes do que Deus  espera que vivamos, podemos evitar a tendência carnal de baixar o  valor da graça ao nível da permissão. Isso nivela más atitudes com o  pensamento: “Eu posso fazer melhor do que isso”. Deus colocou nos a um nível mais elevado do que o mundo. Estamos sentados  com Cristo em lugares celestiais. Somos filhos do Altíssimo.  Somos realeza. Podemos viver num mundo que é corrompido  pelo pecado sem sermos identificados com ele. Podemos fazer a  diferença porque somos Luz e não escuridão. 

Vamos olhar para além das actuais circunstâncias da vida,  para o nosso destino celestial. Vamos olhar para a sala do trono  e o nosso acolhimento na nossa casa eterna. Jesus está lá a sorrir  quando nos aproximamos do Seu trono. Consegues imaginar  esta cena? O que dirá Jesus? “Bem está, bom e fiel servo. Sobre  pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do  teu senhor” (Mateus 25:23). Dar fruto é glorificar o nome de  Jesus. É reflectir o Seu propósito e os Seus desejos. Foi-nos dada  apenas uma vida, e com este dom precioso devemos viver como  se fôssemos uma candeia no velador, para que todos possam ver.  Viver uma vida digna do Senhor é viver numa casa de vidro.  É viver de uma forma em que nunca nos envergonharíamos das  nossas palavras, atitudes ou acções. Isto é agradável ao Senhor.

Escrituras para meditar
Efésios 3:10; 4:1; Filipenses 1:27; Colossenses 1:10; Mateus 5:14; 24:45; 25:23

Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.

Abençoe o ministério do Pr. James Reimer, adquirindo estes livros.

[Read the devotional «Walk Worthy» in English.]

Similar Posts

  • ·

    Rios de Água Viva

    Ao longo do Seu ministério na terra, Jesus estava determinado a explicar o trabalho e o propósito do Espírito Santo. Um pouco depois de Jesus ter esta conversa com a mulher no poço, ele disse aos seus discípulos que quando o Espírito Santo viesse, Ele seria como um rio de água viva fluindo através deles (João 7:38). Há uma diferença entre um poço e um rio. Um poço fornece a salvação para o indivíduo e um rio traz esta água viva aos outros. Isto fala de duas experiências e propósitos distintos.

  • ·

    Os filhos de Issacar

    O Senhor precisa de pessoas hoje que olhem para além da sua razão, cultura e passado para ver a intenção e propósito de Deus. Os filhos de Issacar foram também reconhecidos como pessoas que sabiam o que deviam fazer. Eles não conheciam apenas a verdade, mas tiveram a sabedoria de saber como aplicar a verdade para o benefício de toda a nação. Esta característica foi necessária no estabelecimento do reino de David. Estes homens permaneceram com David para o ajudar na consolidação de uma nação ferida e dividida. Eles reconheceram a escolha de Deus e acrescentaram os seus dons e chamada para ajudar na integração das tribos sob a autoridade de David.

  • ·

    Diadema de graça

    Graça, é tradicionalmente definida como favor imerecido. Quero salientar imerecido e, adicionar que a graça é dada a quem não merece. Não há nada que o homem possa fazer para ganhar ou merecer a graça; é inteiramente um dom de Deus. Eu acredito que é impossível compreender verdadeiramente a graça sem uma revelação do pecado. “Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23).

  • ·

    Esperar pela Sua Vinda

    Desde o início da Igreja, os crentes têm estado à espera da segunda vinda de Jesus. A primeira vinda do Messias Jesus foi precedida por milénios de promessas proféticas e na “plenitude dos tempos” tudo o que foi profetizado aconteceu. Deus deu a primeira palavra profética quando disse que a “semente da mulher” iria esmagar Satanás debaixo dos seus pés (Génesis 3:15). Primeiro, temos a Palavra eterna, depois a manifestação dessa Palavra no tempo e no espaço.