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Perdoado

No verão passado, eu visitei o meu tio em Fairbanks, no Alasca. O meu tio Bob é o único tio que eu conheci bem, vivemos na mesma cidade. Já há muitos anos que não estávamos juntos e, embora ele tivesse dificuldade em ouvir, passamos alguns bons momentos a relembrar experiências passadas. Ele contou-me uma história que ficou comigo desde então. Há alguns anos, enquanto ele estava a soldar um andaime, perdeu o equilíbrio e caiu. Alguns dos seus ossos ficaram gravemente partidos e ele esteve no hospital imobilizado por algum tempo. Uma noite, enquanto ele estava deitado na sua cama, incapaz de mover a cabeça, ele ouviu alguém entrar na sala. Ele não sabia quem tinha entrado na sala, mas apenas o ouviu dizer: “Muitas pessoas não conhecem a alegria de serem perdoadas”. Foi tudo o que a pessoa disse e depois ficou em silêncio novamente. A enfermeira entrou e o meu tio perguntou quem tinha entrado no quarto, mas ela disse que ninguém tinha entrado. Essa simples frase mudou a sua abordagem ao evangelismo. Daquele momento em diante, ele perguntaria a quem quer que encontrasse se conheciam a alegria de serem perdoados.

Ao pensar sobre esta simples mensagem, devo concordar que isso é o mais importante: termos os nossos pecados perdoados. O pecado separa o homem de Deus e Jesus veio derramar o Seu sangue para que o pecado pudesse ser expiado (Hebreus 9:22). Quando os nossos pecados são perdoados, o inimigo não tem mais argumentos contra nós. Estamos livres da condenação e temos acesso a Deus. Quando os nossos pecados são perdoados, há alegria no céu e em nós. É o perdão que nos muda. É o perdão que nos justifica diante de Deus, apresentando-nos como se nunca tivéssemos pecado.

Quando um homem, doente com paralisia, foi trazido a Jesus, as pessoas presentes esperavam ver um milagre de cura. Cura era certamente o que aquele coxo precisava, mas não era a coisa mais importante. Jesus olhou para o homem e disse: “os teus pecados estão perdoados” (Lucas 5:20). Os líderes religiosos ficaram chocados, sabendo que somente Deus poderia perdoar os pecados. Mas esta é a realidade. Jesus é Deus e veio para perdoar pecados. Do perdão veio a cura e a admoestação para não pecar mais. A mesma coisa aconteceu quando Jesus estava a conversar com a mulher samaritana no poço em Sicar. Ela queria dialogar sobre etiqueta social e lugares e tipos de adoração, mas Jesus abordou a área mais crítica, o seu pecado. Quando ela entrou na aldeia para contar aos outros sobre Jesus, ela não falou sobre a nova revelação que recebeu sobre a adoração, mas sim sobre os seus pecados terem sido revelados e perdoados (João 4:5-30).

Muitos de nós somos emocionalmente estimulados por um grande culto de adoração ou por um sermão inspirador, e ainda assim perdemos essas bênçãos quando voltamos para casa, por causa de um pneu furado, crianças a chorar ou uma discussão com o nosso cônjuge. O que fica connosco é a alegria de sermos perdoados. A verdadeira adoração é o resultado do perdão dos pecados e não uma maneira de chegar a Deus. Quando as multidões estavam a adorar Jesus, quando Ele entrou em Jerusalém num jumento, Ele estava ciente de que logo os seus louvores se transformariam em maldições. Jesus estava focado no propósito de entrar em Jerusalém. Não foi para receber o louvor do homem, mas para ser “levantado” na cruz. Pelo derramamento do Seu sangue Ele atrairia todos os homens para Si mesmo (João 12:32). O perdão é, como um compositor escreveu, “alegria inexprimível e cheia de glória”.

Escrituras para meditar
João 4:5-30; Hebreus 9:22; 2 Coríntios 5:17;  Atos 5:31; 13:38; 26:20; Colossenses 1:14

Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.

Abençoe o ministério do Pr. James Reimer, adquirindo estes livros.

[Read the devotional «Forgiven» in English.]

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