Não Julgueis

Em 2007, foi feita uma pesquisa com jovens não-cristãos, na casa dos vinte anos, para ver o que realmente pensavam sobre o cristianismo. Uma das descobertas desta pesquisa foi que em cada dez jovens, nove consideravam que os cristãos eram pessoas críticas. Bob Marley reflete a mentalidade desta geração na sua canção: Não Julgues. O refrão diz assim: “A estrada da vida está cheia de pedras e tu também podes tropeçar, por isso, enquanto estás a falar de mim alguém também te está a julgar”. Devido à proibição de Jesus, sobre o julgamento, a conclusão que a maioria das pessoas chega acerca dos cristãos é que eles são hipócritas.

O que é que Jesus quis dizer quando disse: “Não julgueis, para que não sejais julgados”? (Mateus 7:1). F.F. Bruce, um estudioso linguístico do Novo Testamento, diz o seguinte sobre a palavra “julgar”: “Julgar é uma palavra ambígua, tanto em Grego como em Português: pode significar o exercício de um discernimento adequado, ou pode significar fazer um julgamento sobre alguém, ou mesmo condenar”. Como esta palavra pode ser utilizada de duas maneiras diferentes é essencial estudar o contexto em que ela aparece, para sermos capazes de compreender o seu significado.

Quando Jesus disse para não julgar, Ele refere-se ao juízo que implica condenação e crítica. O versículo paralelo de Mateus 7:1, em Lucas 6:37, aumenta a advertência de não julgarmos, ao dizer: “Não julgueis e não sereis julgados…”. O julgamento, que implica condenação, é quando é formada uma opinião sobre alguém. Palavras como sempre e nunca, são utilizadas para classificar uma pessoa e para separá-la de outras que são mais aceitáveis por quem faz o julgamento. Paulo confrontou este tipo de julgamento na sua carta a Tito. Ele disse a Tito para repreender fortemente aqueles que diziam: “Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos” (Tito 1:12). Este tipo de julgamento constitui a base do racismo, preconceito e intolerância social. É proibido pelo Senhor.

O tipo de julgamento que é um ato de discernimento, por outro lado, é incentivado nas Escrituras. Este é o julgamento entre coisas, para diferenciar e discernir. É para determinar entre o certo e o errado, o bem e o mal, a justiça e a injustiça. Na mesma passagem onde Jesus fala sobre não julgar (no sentido de condenar), Ele disse que se pode conhecer uma árvore pelos seus frutos, referindo-se a como discernir entre o bem e o mal (Lucas 6:43-45). Isto lança uma luz diferente sobre a questão de saber se um cristão deve julgar. Lembra-te: todo o julgamento é recíproco. Ele vai voltar para ti. Como julgares, assim serás julgado.

Então, como podemos reconciliar estas duas implicações, aparentemente opostas? Colocando em termos simples, eu diria que devemos julgar o pecado, mas não o pecador; a ação em vez da pessoa. Devemos deixar o julgamento sobre a pessoa com Deus, pois só Ele conhece o coração do homem. Num mundo em que se valoriza a tolerância, e que está cada vez mais diversificado, a condenação do pecado é muitas vezes vista como um julgamento, e por isso fora de sintonia com os ensinos de Jesus. Às vezes é assim, especialmente quando o julgamento é baseado em opiniões ou preferências. Jesus disse para julgarmos segundo a reta justiça (João 7:24), que só é possível quando é baseada em diretrizes bíblicas. O padrão de justiça e vivência piedosa é a Palavra de Deus. Paulo escreveu aos Coríntios para não acreditarem só porque ele diz, mas para julgarem tudo pela Palavra de Deus (1 Coríntios 10:15). Esta é a Regra de Ouro: 

“Faz aos outros o que queres que te façam a ti” (Mateus 7:12).

Escrituras Para Meditar
Mateus 7:1-5; João 3:16-17; 12:47; I Coríntios 4:1-5; Lucas 6:37

Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.

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[Read the devotional «Judge Not» in English.]

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