A ressurreição dos mortos

«[…] de que há-de haver ressurreição de mortos, assim dos justos como dos injustos.»

— Atos 24:15

Há alguns anos, eu e a minha esposa visitamos a antiga cidade de Corinto. Enquanto caminhávamos através dos vestígios desta cidade grega, em tempos poderosa, refleti sobre as duas cartas que Paulo escreveu para a igreja de Corinto. Embora, fosse uma grande igreja, foi afetada por pecados morais, fações, heresias doutrinárias, conflitos interpessoais e ciúmes. Quando olhei em volta, tentei imaginar como teria sido no primeiro século, e pensei: “Que lugar confuso deve ter sido”.

Antes de chegar a Corinto, Paulo estava a pregar em Atenas. Ele reuniu-se com os pensadores da cidade no Areópago e explicoulhes o Evangelho. Eles demonstraram um grande interesse neste “novo” ensino, até que ele mencionou a ressurreição dos mortos, (Atos 17:31). Nesse momento alguns escarneceram e riram-se e outros quiseram ouvir mais. Este foi o ponto de divisão; a ressurreição dos mortos. A ressurreição dos mortos significava algo totalmente diferente do que a imortalidade da alma. A imortalidade da alma não era algo novo para os gregos, Platão e Sócrates já eram altamente estimados por apresentarem tais pensamentos. Agora, alguns escarneciam porque Paulo ensinava sobre a ressurreição do corpo físico.

Esta é a mensagem que Paulo também pregou em Corinto e foi a base da sua fé. Ele disse: “E se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a nossa fé” (I Coríntios 15:13-14). Não era uma “ressurreição” mística ou espiritual com o fim de uma bem-aventurança celestial, como os filósofos gregos tinham ensinado. Era uma ressurreição física com a finalidade de ficar diante do tribunal de Cristo para prestar contas de todas as obras feitas no corpo. Paulo escreveu a Timóteo, advertindo-o contra aqueles que se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já tinha ocorrido, aderindo assim ao platonismo místico da época. Este erro foi tão grave que perverteu a fé de alguns.

Não nos é dito exatamente qual a forma de negação da ressurreição dos mortos que estava a ocorrer em Corinto, mas eu acredito que é semelhante ao que Timóteo enfrentou em Éfeso. Paulo disse a Timóteo que esse erro “produzirá maior impiedade” (II Timóteo 2:16). Embora Paulo só expusesse o erro de negar a ressurreição dos mortos, no capítulo 15 da Primeira Carta aos Coríntios, o fruto desse erro é evidente em todos os capítulos de 1-14. A razão pela qual alguns negam a ressurreição dos mortos é porque querem evitar o que se segue; o julgamento. Mas isso é inevitável pois as Escrituras dizem: “e, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” (Hebreus 9:27).

Paulo e os outros apóstolos viram a doutrina da ressurreição dos mortos como sendo fundamental para a sua fé. Eles viajaram pelo mundo chamando homens em todos os lugares ao arrependimento, para receberem o perdão dos pecados e a esperança da vida eterna. Vai chegar o dia em que todos nós vamos prestar contas de como vivemos as nossas vidas. Aqueles que tiverem os seus pecados lavados pelo sangue de Jesus não têm nada a temer quando estiverem diante de Cristo, no Seu tribunal.

Escrituras Para Meditar:
I Coríntios 15:12-14; II Coríntios 5:10; II Timóteo 2:17-19; Hebreus 6:1-2; 9:27; Romanos 14:10.

[Read the devotional «The Resurrection of the Dead» in English.]

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