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Debaixo de água

Uma das histórias mais épicas da Bíblia, e que tem gerado  muita especulação, é a história de Noé e a Arca que salvou a sua  família do dilúvio. Nos capítulos 6, 7 e 8 de Génesis, vemos a  descrição do mundo, na época de Noé, como sendo corrupto  e cheio de violência. Tornou-se tão saturado do mal que Deus  lamentou ter criado o homem. A justiça tinha de ser feita e  o mundo estava condenado. Como é consistente em toda a  Escritura, os justos nunca partilham o mesmo julgamento que  os injustos. Nessa geração maligna, apenas Noé foi considerado  um homem temente a Deus e assim foi-lhe dada a oportunidade  de se salvar a si mesmo e à sua família do desastre iminente. Deus  disse a Noé para construir um barco suficientemente grande para  manter a sua família e um par de cada animal que havia sobre  a terra. Nunca antes tinha chovido sobre a terra, portanto, ao  obedecer a Deus na construção de uma Arca, Noé teve de exercer  a sua fé. Como vês, a salvação requer sempre fé acompanhada de  obediência. 

Vamos saltar alguns milhares de anos para frente e ver como  esta história é entendida à luz do Novo Testamento. Embora  esta história seja um relato do que realmente aconteceu, serve  como uma ilustração de como um crente é salvo do poder do  pecado na sua vida. Pedro compara a construção da Arca de  Noé e o dilúvio com o baptismo na água. A Arca, que salvou  8 pessoas (8 é o número para novos começos), corresponde à  salvação, e o dilúvio que cobriu o mundo representa a morte  para o pecado (1 Pedro 3:21). Paulo explica que o baptismo nas  águas é uma identificação com a morte de Jesus. Ele diz: “Ou  não sabeis que todos quantos fomos baptizados em Jesus Cristo  fomos baptizados na sua morte?” (Romanos 6:3). No versículo  23 ele continua, dizendo que o “salário do pecado é a morte”.  Ao entrar na água do baptismo estamos a dizer que os nossos  pecados foram julgados, condenados, e perdoados. Eles já não  têm poder sobre nós, porque nós morremos para eles.

No livro de Hebreus, diz que Noé salvou a sua família ao  construir uma arca e, ao mesmo tempo, condenou o mundo  pecaminoso em que vivia.(Hebreus 11:7). A palavra grega usada  neste versículo para mundo é kosmos, que significa algo que é  ordenado. É o sistema ou forma de fazer as coisas que foram  concebidas pelo homem pecador e controladas por Satanás.  Portanto, este acontecimento na história tornou-se um “tipo” de  baptismo nas águas. Quando vamos “debaixo de água” estamos a  dizer que, embora estejamos no mundo, não somos do mundo.  O sistema mundano de fazer as coisas e as filosofias pelas quais ele  opera estão mortos para nós. Quando saímos das águas, estamos  a sair do mundo, identificando-nos com a ressurreição de Cristo  e que estamos salvos na arca da salvação. A nossa perspectiva é  diferente devido à nossa posição. Estamos acima e não abaixo.  Estamos sentados com Cristo em lugares celestiais (Efésios 2:6).  

A maioria de nós pensa na salvação apenas em termos destino  eterno e, no entanto, luta tanto com o pecado e as tentações  nesta vida. Marcos 16:16 diz: “Quem crer e for batizado será  salvo, mas quem não crer será condenado”. A palavra salvo aqui,  no grego, é sozo. Esta palavra significa manter em segurança,  curar, salvar de perigos, etc. Digo isto para explicar que o  baptismo não é o que perdoa o pecado, nem o que garante a  vida eterna com Deus, mas significa que nesta vida determinei  viver livre das atracções e desejos pecaminosos do mundo. A este  respeito, a salvação está mais relacionada com o sistema do qual  saímos do que com o lugar para onde vamos. Assim como Deus  o condenou, devemos nós também condenar o pecado. Ele deve  permanecer debaixo de água.

Escrituras para meditar
Génesis 6-8; 1 Pedro 3:20-21;  Romanos 6:3-4; Marcos 16:16; Hebreus 11:7

Devocional incluido na coleção 52 Devocionais.

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[Read the devotional «Under the Water» in English.]

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