Fala à Montanha

Quando algo parece insuperável, acima das nossas capacidades, extremamente difícil, de forma figurativa, chamamos-lhe uma montanha. Cada um de nós, tem montanhas na sua vida. Algumas parecem tão impossíveis que tentamos evitar a subida, contornando-a; somente para nos encontrarmos no mesmo lugar em que começámos. 

As montanhas devem ser conquistadas ou removidas para que possamos prosseguir com as nossas vidas. Quando nos deparamos com uma montanha, a tendência é pedir ajuda, seja a Deus ou aos outros. Rapidamente, nos desqualificamos como capazes de fazê-lo por conta própria. O prazo final pode ser daqui a semanas, ou o pagamento devido apenas no próximo mês, mas nós entramos em pânico e pedimos ajuda. Nestes tempos de crise, podemos até mesmo jejuar e orar mais, para convencer Deus da urgência da nossa necessidade. Será que o cavaleiro branco, o Rei resplandecente, vem em nosso socorro? Um milagre de último minuto acontece? Talvez sim, talvez não. Não há garantias, porque o que Deus está à procura é de uma resposta de fé.

A fé funciona desta maneira: acreditar e falar. Marcos 11:22, diz: “Tende fé em Deus”. No texto original, a palavra “em” não está lá. Assim, deve ler-se, “Tenha fé Deus”, ou “Tenha a fé de Deus”. No versículo 23, ele continua a explicar como este tipo de fé funciona. Vou destacar algumas palavras importantes. “Em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.” Abraão, o pai da fé, crê na promessa de Deus e “chamou aquilo que não era, como se fosse” (Romanos 4:17). Deus “falou” (chamou) a criação à existência. Este é o tipo de fé de Deus.

Neste versículo, “crer” é usado uma vez e “falar” é usado três vezes. A maioria das pessoas acredita, mas o que dizem não corrobora as suas crenças. Elas acreditam na cura, mas passam o tempo todo a falar sobre as suas doenças. Acreditam que Deus irá providenciar todas as suas necessidades, mas queixam-se sobre as contas e o alto custo de vida. Provérbios 6:2 adverte que somos enredados pelas nossas próprias palavras. Nunca fales de forma derrotada ou fracassada, a tua vida depende disso. Provérbios 18:21, lembra-nos que a vida e a morte estão no poder da língua. Em vez de falares sobre o problema, fala ao problema.

Não podes acreditar que as tuas palavras se realizarão, se não és uma pessoa de palavra. Quando mentes, estás a destruir a tua própria fé. Algumas pessoas mentem para serem agradáveis, por exemplo: “Estou tão feliz em vê-lo”, quando não estão. Ou, “Eu estou bem”, quando não estão. Dizer que vão fazer algo e não fazem, inventar desculpas esfarrapadas pelos atrasos, são mentiras. Mesmo as mais pequenas mentiras, ou “mentiras inocentes”, minam a nossa capacidade de acreditar que o que dizemos acontecerá. Esta maneira de falar tornou-se tão comum, que muitos nem sequer percebem que estão a mentir. A consequência é que quando são confrontados com uma montanha, entram em pânico ou caem em desespero e depressão.

A fé está sempre no presente. Abraão acreditou que era pai de muitas nações, antes de ter o seu primeiro filho. Ele não acreditava que um dia seria pai. O seu nome foi mudado para se adequar a essa promessa. Cada vez que o seu nome era pronunciado, ele falava da realidade da sua fé. Deus é o “EU SOU”, sempre presente. Portanto, não adies a tua fé para uma data futura. Adiciona palavras de fé à tua crença. Em vez de correres ao redor da montanha ou fugires dela, fala à montanha.

Escrituras para Meditar
Marcos 11:22-24; 16:17; Romanos 4:17; 10:8-10; Provérbios 6:2; 18:21; Salmos 107:20

[Read the devotional «Free To Serve» in English.]